Nós fizemos tantas coisas. Construções, tecnologias,
artefatos. Criamos uma nuvem de informação que atravessa gerações e nos permite
avançar e criar, mais e mais.
Nós desfizemos muitas coisas também. Maltratamos vegetais e
animais, rios e solos, ameaçando todas as formas vivas. Talvez ainda tenhamos
tempo de nos mantermos fiéis às coisas boas que as gerações anteriores nos
legaram e superarmos os maus legados.
Nós, trabalhadores, temos que assumir nosso destino e
fazê-lo mais coerente com o que somos: seres capazes de abrir mão de toda nossa
voracidade. Seres capazes de gastar horas contemplando o sol, a lua e as estrelas,
as montanhas e o mar. Seres dispostos a não comer e beber só para estar perto
de quem amamos. Seres que amam trabalhar para que outros seres sejam melhores,
mais saudáveis e mais felizes. Quem é
capaz disso, é capaz de tudo.
Nós, trabalhadores, criamos tudo que é humano neste mundo.
Mas, estamos perdendo o sentido do que seja humano, e do que seja trabalho. Estamos
nos vendendo muito barato: por uma marca de carro, um picolé, um sapato, um pó
branco ou pedra dourada. Temos muito, mas muito mais valor do que todas essas
coisas fugazes, porque todas elas se vão e nossas palavras e atos permanecem...
com todas as suas conseqüências, até o momento derradeiro.
Caminhamos cegos para o desfiladeiro. Ainda haverá tempo
para despertar deste sono irracional e trabalharmos por nós mesmos? Por nosso
mundo? Nós somos o mundo que criamos. Nós somos o mundo que destruímos,
burramente, a cada minuto.
TChris
18 de outubro de 2014
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