Os loucos viveram em relativa liberdade na Europa até o século XVI. Eventualmente eram contidos em casa pela família ou recolhidos pela caridade municipal aos abrigos ou prisões, a depender da classe social a que pertencessem. A lepra, que por tanto tempo assolou a Europa, foi responsável pelo surgimento, após um intervalo de duzentos anos, de um "modelo assistencial": o da medicina da exclusão (Foucault, 1991).
Mudanças na ordem feudal tornaram crescentes as massas de desocupados errantes, desvalidos, evadidos do campo, camponeses esfomeados, responsáveis por pequenas revoltas e perturbações da paz social. A principal estratégia de controle dessas populações excedentes, utilizadas pelos governos de então foi o enclausuramento. Dessa forma, se viram amontoados nas prisões, de forma indiscriminada, ladrões, mendigos e loucos (Jacobina, 1989).
Já no séc. XVIII essa função de controle passa a ser exercida de forma ampla pelo Estado Absolutista através do cameralismo na Alemanha, onde surge a polícia médica (Rosen, 1994). A reorganização do espaço urbano na França em um contexto de grande desenvolvimento das forças produtivas, fez surgir o Hospital Geral como lugar de cura e controle da doença, onde o isolamento do louco propicia o desenvolvimento de um saber sobre a loucura e sua apropriação pela medicina. Um saber que se vai constituindo no reconhecimento do objeto e se legitimando no nível da instituição (Foucault, 1979). Com a separação dos improdutivos em loucos e marginais, os "insanos" passam a ser considerados irresponsáveis pelos seus atos e aos poucos "...vão transitando por várias instâncias... a policial, a pública, a administrativa, a familiar, até aquela que formalizou uma tentativa eficiente de solução: a instância médica" (Jacobina, 1982). Aos marginais, as casas de correção e aos loucos, o asilo.
Mudanças na ordem feudal tornaram crescentes as massas de desocupados errantes, desvalidos, evadidos do campo, camponeses esfomeados, responsáveis por pequenas revoltas e perturbações da paz social. A principal estratégia de controle dessas populações excedentes, utilizadas pelos governos de então foi o enclausuramento. Dessa forma, se viram amontoados nas prisões, de forma indiscriminada, ladrões, mendigos e loucos (Jacobina, 1989).
Já no séc. XVIII essa função de controle passa a ser exercida de forma ampla pelo Estado Absolutista através do cameralismo na Alemanha, onde surge a polícia médica (Rosen, 1994). A reorganização do espaço urbano na França em um contexto de grande desenvolvimento das forças produtivas, fez surgir o Hospital Geral como lugar de cura e controle da doença, onde o isolamento do louco propicia o desenvolvimento de um saber sobre a loucura e sua apropriação pela medicina. Um saber que se vai constituindo no reconhecimento do objeto e se legitimando no nível da instituição (Foucault, 1979). Com a separação dos improdutivos em loucos e marginais, os "insanos" passam a ser considerados irresponsáveis pelos seus atos e aos poucos "...vão transitando por várias instâncias... a policial, a pública, a administrativa, a familiar, até aquela que formalizou uma tentativa eficiente de solução: a instância médica" (Jacobina, 1982). Aos marginais, as casas de correção e aos loucos, o asilo.
Fonte: Silveira, T. B. C. A PRÁTICA PSIQUIÁTRICA EM AMBULATÓRIO DE UMA INSTITUIÇÃO PÚBLICA: O CASO DO JULIANO MOREIRA. Salvador: Universidade Federal da Bahia. Tese de Mestrado, 1996.
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